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Can​ç​õ​es da Aurora

by Barruma

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1.
Madalena 03:02
A Madalena quando sai de casa com o seu vestido curto que é de comover E o seu decote já em brasa vai ditando cada olhar dos homens que param para ver Ela vai alimentando a gula dos senhores Cada vez mais levantando a pila dos doutores E quando passa no jardim é só velhos a renascer E a sua mãe quando lhe dá uma lição de dignidade a ver se a torna mulher A Madalena vira a cara como se achasse a verdade em tudo o que a mãe disser Mas na manhã se segue a Madalena sai De casa com a saia curta e um lindo cai-cai Para poder passar na praça e todo o homem ver Madalena que provocas só para engrandecer O teu corpo de mulher para todo o homem ver Tens tantos homens à perna e a lamber-te os pés Quando seduzes a rua que te vê quem és Quando o teu decote faz qualquer homem feliz
2.
Clarice 03:51
Dão-se as dez e a Clarice apronta o seu roupão Antes que chegue a velhice com faca na mão Dão-se as onze e a Eunice em super produção E os homens com baba na boca e dinheiro no chão Juntam-se todos em roda para ver melhor A Madalena exibe a moda para dar mais calor Mesmo não havendo foda há sempre algum furor Dá-se a meia noite e todos declaram amor Quanto mais dinheiro no chão Mais elas vão despir-se então Para ter amor Quando entra a Daniela já se sabe bem Que os homens da laia dela vão pagar também Para continuar a Manuela faz alguém refém Mas que azar é o dela, ele nem dinheiro tem E quando é hora da Clarice fechar o salão Os homens voltam para mesmice vida de secão Antes que chegue a velhice com faca na mão É tempo para a Clarice guardar o roupão Quanto mais dinheiro no chão Mais elas vão despir-se então Para ter amor
3.
Vamos os dois pelo carreiro Tu ao braço e eu inteiro Sem mais fazer Não te armes em foleiro Que eu não tenho dinheiro Nunca vou ter Se quiseres ficar para trás Coisas tu nunca verás Que eu vou ver Larga as cordas do sustento Que a vida no regimento Só faz cair Se tu lutas contra o vento Faz nascer um bom rebento No que há-de vir Se quiseres ficar para trás Larga o braço rapaz Que eu vou fugir Trazes os teus companheiros Vens com os Cides mais foleiros Que a gente tem Se tu queres ser dos primeiros Traz os Cids mais certeiros Que chega bem Se quiseres ficar para trás Quem mais será capaz De fugir também Largas as cordas do incerto Que assim não te fazes esperto Para não cair Se achas que vives tão perto De um mundo a céu aberto Estás a dormir Se quiseres ficar para trás Larga o braço rapaz Que eu vou fugir
4.
O Dia D 04:42
Amanhã quando começar o turbilhão do manifesto eu vou lá estar para bater o pé De manhã quando o sol brilhar na perfeição do nosso gesto tu vais estar para ver como é Mas enquanto ainda é cedo vamos preparar porque o nosso medo não vai acabar Com a foice e o martelo nós vamos limpar o podre de cada morada para a ver cair Com um coice e muito apelo vós ides gritar o canto da debandeirada antes de fugir Mas enquanto ainda é cedo vamos conversar que o segredo não é para nos matar E o Manel do nosso lado vai cumprimentar uma alcateia com vontade de vos devorar E o quartel do vosso lado cai num tilintar de uma odisseia de verdade até vos desabar Mas enquanto ainda é cedo junta a malta sã que o degredo é para acabar amanhã Com mil canções nós vamos marchar sobre a calçada do vosso veneno que nos tenta atordoar E sem tostões nós vamos comprar a desgraçada vida do pequeno mundo que está pra acabar Mas enquanto ainda é cedo trás a malta cá que o meu medo vai acabar amanhã
5.
Já só esgaçamos meia com metade cheia quase a transbordar Ninguém nos dá boleia de carroça cheia, quase que nos obrigam a descansar Já se diz na rua que a revolta crua está para acontecer Com a vossa cara nua em tons de ditadura e com esse vergalho nem dá para comer O meu pai dizia que a comedoria era no altar Mas a charlatanaria lá da burguesia também já fazia algum povo pagar Estais de meio bico enquanto eu acredito como bom actor Mas tu meio rico não chega para o bico quanto mais para fazer vida de doutor Deita-te ó Zé Povinho, não te canses Sabes que um bom vinho é bem melhor Se te pedirem para trabalhar, não deixes que acabem com essa vida de sonhador Já nada nos mata com a zaragata cá deste país Pois a serenata do aristocrata quando nos empata o povo pede bis Já sabemos bem que o que lhes convém está na nossa mão Mas o entretém do longo vai e vem já farta o juízo da mesma canção Com tantas corridas já foram esquecidas as canções de abril E as descomprometidas cá das nossas vidas já não sobem pela boca do funil Canto como canto para vosso espanto canções da aurora Como eu não sou santo para já por enquanto venham cá comer enquanto ainda está dura Deita-te ó Zé Povinho, não te canses Sabes que um bom vinho é bem melhor Se te pedirem para trabalhar, não deixes que acabem com essa vida de sonhador

about

O EP Canções da Aurora nasce num clima electro-pop-folk pelas mãos do músico português Cláudio Barruma, onde podemos escutar histórias desde as boites às ruas agitadas das manifestações. O chegar da Aurora, o nascer da Canção!

credits

released October 21, 2014

Cantado por Barruma
Produzido por Postigo do Diabo

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about

Barruma Porto, Portugal

Barruma é um cantautor português. A influência da música de tradição oral está presente nas suas canções, quer pelos instrumentos quer pela poesia, e é esta última que considera ser o motor criador do seu trabalho, nascendo daí a emergente vontade de saciar a fome nas palavras e a gula nas guitarras. ... more

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